Escrever é um dos poucos jeitos que eu tenho de desabafar de verdade, houve um tempo, que eu não podia confiar em ninguém, ninguém mesmo, então eu confiava nos meus cadernos, agendas... Todos os que tenho em casa (sim, eu guardo tudo até hoje) contam aos poucos a história da minha vida, dos meus 11 anos até hoje e acho que eu não seria nada do que sou, nem teria tantas lembranças (boas e ruins também) da minha vida, se eu não as tivesse escritos nos momentos que me senti presa.

Escrever me liberta, me abre um leque de opções pra fugir do mundo insano e injusto que eu sempre vivi, era o jeito que eu tinha de escapar das tristezas, de me libertar das amarras que a minha vida de filha única sempre me impediram de ser quem eu sou por fora, eu ficava guardando tudo, tudo o que acontecia comigo quando estava fora de casa (seja na escola, casa de parentes, passeios toscos com a minha mãe, etc) e quando chegava, finalmente desabafava.


(algumas das minhas agendas antigas, cheias de lembranças e desabafos)

Eu deixava de estudar pra escrever, disfarçava envergonhada entre meus cadernos pra que minha mãe não visse meus desabafos no papel liso e desenhado, nas folhas mais bonitas que eu tinha. Eu sempre tratei aquilo como algo mais especial do que cadernos da escola, sempre guardava meu caderno mais bonito pra escrever minhas tristezas, sempre escolhia com carinho qual página da agenda começar a escrever sobre as coisas (muitas vezes tristes) que tinham acontecido comigo.

E aquilo foi me ajudando a superar os problemas a ser forte diante das dificuldades, aquelas palavras que eu jamais teria coragem de falar em público foram escritas com força no papel pra que nunca mais voltassem a me assombrar e hoje, depois de algumas semanas de uma mudança cansativa, eu lembrei que ainda tenho todos aqueles textos guardados na segurança de uma caixa onde há muto mais do que papéis rabiscados. A caixa das minhas lembranças mais confusas, mais tristes, mai marcantes...

Foi aí que eu tive a brilhante ideia de dividir com as pessoa que leem o blog, tudo aquilo que um dia me prendeu, dividir minhas angústias, tristezas, até mesmo felicidades e mostrar aqui que eu passei por poucas e boas. Não pretendo comentar, nem explicar os textos, já que maioria deles talvez eu nem lembrarei por qual motivo escrevi, mas vale pela experiência e pelo desabafo. 

Resumindo; logo começarei a postar meus textos pessoais aqui, textos que escrevi há alguns anos atrás e espero que entendam que não é por falta de conteúdo ou ideias aqui pro blog, apenas acho que deixar tudo aquilo ali ancado numa caixa não serve pra nada, talvez algum texto fale do que você ai, sente ou pensa, talvez eu te ajude a entender alguma situação complicada, te ajude a superar isso de um jeito bom. Também é um jeito de deixar o blog com a minha cara, quero fugir do óbvio, deixar de ser só mais uma destas blogueiras que seguem os mesmos assuntos (nada contra elas, eu amo blogs de moda, make, unhas... mas não quero falar só disso aqui, me entendem?)

Espero que gostem desta nova sessão aqui do blog, se chama palavras e acho que será um texto por semana por enquanto.
Beijão pra todos =*


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