Eu fico aqui imaginando nós dois num fim de tarde de outono,  deitados debaixo de um plátano lembrando do primeiro dia; eu te confessando meu nervosismo e tu me pedindo desculpas por não ter notado meu sentimento. Só que isso não vai acontecer porque ao menos terei a chance de ouvir essas histórias, porque não existe muita chance de darmos certo.

O que me entristece é saber que eu jamais poderei te chamar de meu. Que talvez eu nunca tenha a chance de ser tratada como alguém diferente das demais. É difícil te provar que eu te quero de verdade. É difícil te mostrar que o que eu sinto é mais forte.

Ainda recordo o meu nervosismo e ansiedade não dia que te abracei pela primeira vez, tudo o que eu sentia simplesmente explodiu dentro do peito e até hoje não resta espaço pra todo sentimento que segue crescendo em mim. Eu não sei explicar como isso se tornou tão grande, só sei que não consigo mais mudar esse sentimento.

Cada foto tua, cada vez que ouço tua voz, cada vez que vejo nossa foto (a única juntos), é como se eu conseguisse me sentir mais perto de ti, é como se renovasse minha esperança de te ter pra mim. Só que tudo é só ilusão.


Se ao menos tu soubesse que eu não sou apenas mais uma, se tu tivesse noção de que o que eu sinto não é coisa simples e/ou passageira... Ninguém acreditaria se eu confessasse que te amo, todos me julgariam e diriam que é loucura da minha cabeça, que eu preciso parar de ser sonhadora, mas eu simplesmente não consigo fazer todos esses pensamentos irem embora, eu simplesmente não consigo te apagar da minha memória, muito menos do meu coração.

E todas as noites têm sido assim; cheias de saudade, sonhos e esperança, eu tento ser realista, eu sei que a chance é quase nula, mas até que tu mesmo diga, olhando nos meus olhos, que nunca irá acontecer nada, eu seguirei imaginando, sonhando com um fim de tarde no parque, deitados debaixo de um plátano, lembrando do dia que nos conhecemos.


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